Histórica Série B

Por Gustavo Pereira

A temporada 2016 chegou ao fim no último sábado. E, assim como as anteriores, entrou para a história do Grêmio Esportivo Brasil. De maio a novembro, a torcida Xavante acompanhou o rubro-negro na segunda divisão nacional, 16 anos depois da última participação. Entre os 40 principais clubes do país, o rubro-negro fez bonito. Muito bonito.

Felipe Garcia começou a Série B com dois gols logo na estreia. O meia terminou a competição com 13 gols, na vice artilharia. Foto: Carlos Insaurriaga
Felipe Garcia começou a Série B com dois gols logo na estreia. O meia terminou a competição com 13 gols, na vice artilharia. Foto: Carlos Insaurriaga

Desde a vitória por 2 a 0 contra o Paraná, no dia 14 de maio, até o empate com o Avaí, em 26 de novembro, se passaram 196 dias. Foram inúmeras viagens, embarques, desembarques e quilômetros percorridos pelo território brasileiro. Sempre tratando cada batalha como se fosse a última, valorizando cada ponto conquistado diante de adversários fortes e tradicionais.

Durante toda a campanha, o time de Rogério Zimmermann teve a regularidade como trunfo. Nas seis primeiras rodadas, somente uma derrota sofrida. O Brasil ainda teve que superar dificuldades, como a impossibilidade de atuar no Bento Freitas em três partidas, quando até então havia vencido quatro dos cinco duelos como mandante. Mesmo assim, em Caxias do Sul, o Xavante bateu Bahia e Joinville e empatou com o Náutico, se mantendo sempre muito distante da zona de rebaixamento.

A primeira vitória fora de casa veio em Maceió, no Alagoas, diante do CRB, por 2 a 1 de virada. Foto: Carlos Insaurriaga
A primeira vitória fora de casa veio em Maceió, no Alagoas, diante do CRB, por 2 a 1 de virada. Foto: Carlos Insaurriaga

Apesar de não correr risco de queda em nenhum momento, o rubro-negro não conseguia engatar uma sequência que significasse aproximação ao grupo de acesso. Até que, em 29 de julho, os guerreiros viajaram até Maceió e venceram o CRB por 2 a 1, de virada. Em seguida, o primeiro turno acabou com direto a um sonoro 3 a 0 sobre o Avaí. Depois de duas semanas de descanso, a equipe triunfou longe de Pelotas outras duas vezes seguidas: contra Paraná e Bragantino. A invencibilidade em casa só foi perdida no fim de agosto, para o campeão Atlético-GO.

No início da metade final da Série B, o Brasil chegou a figurar no G4, ocupando a terceira posição. O alto nível da competição não permitiu a sequência no topo, mas o Xavante ainda assim aparecia entre os 10 primeiros na tabela. O prêmio pelo desempenho regular foi conquistado no dia 28 de outubro. Com o empate em 1 a 1 diante do Joinville, em Santa Catarina, o rubro-negro garantiu matematicamente o grande objetivo do ano: assegurar a permanência para a próxima temporada da segunda divisão nacional.

Na vitória contra o Vasco, no Bento Freitas, o meia Diogo Oliveira marcou um golaço, na trave em frente à nova arquibancada da Baixada. Foto: Carlos Insaurriaga
Na vitória contra o Vasco, no Bento Freitas, o meia Diogo Oliveira marcou um golaço, na trave em frente à nova arquibancada da Baixada. Foto: Carlos Insaurriaga

Logo no primeiro compromisso após a importante igualdade no norte catarinense, os torcedores Xavantes lotaram o Bento Freitas, como se agradecessem pela campanha histórica. Mas esse não era o único motivo pelo qual a tarde de 5 de novembro foi especial. A nova arquibancada da Baixada foi inaugurada, aberta aos torcedores pela primeira vez. E o adversário era o Vasco da Gama. Com gols de Diogo Oliveira e Marcos Paraná, o Brasil arrancou um triunfo memorável por 2 a 1.

No final das 38 jornadas, um honroso 11º lugar, com 54 pontos, a nove do quarto colocado Bahia. Dos quatro clubes que ascenderam à Série A, inclusive, o Brasil venceu três. Além disso, quatro dos 26 guerreiros que vestiram a camisa Xavante ao longo do campeonato representaram o bom desempenho através das estatísticas. Com respectivamente oito e sete assistências, Marlon e Diogo Oliveira figuram entre os dez jogadores que mais deram passes decisivos para gols. Na artilharia, Felipe Garcia, que anotou 13 tentos, só ficou atrás de Bill, do Ceará. Com oito, Ramon também aparece entre os principais matadores.

Coletivamente, os comandados de Rogério Zimmermann continuaram mostrando o sistema defensivo forte. O Brasil sofreu apenas 38 gols, média de um por jogo. Apenas Atlético-GO, Avaí, Bahia (que subiram) e Londrina foram menos vazados. A torcida Xavante também é parte da tranquila campanha: nos 19 jogos como mandante, o rubro-negro venceu 11 e perdeu apenas três.

Na última rodada, os Xavantes invadiram Florianópolis, e festejaram a campanha na Série B. Foto: Jonathan Silva
Na última rodada, os Xavantes invadiram Florianópolis, e festejaram a campanha na Série B. Foto: Jonathan Silva

Agora, um período de descanso. Na próxima temporada, porém, o calendário vermelho e preto é novamente cheio. Tem Primeira Liga, Campeonato Gaúcho e mais uma vez a Série B do Brasileirão. Que venha 2017!

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