Recentes declarações do presidente Ricardo Fonseca, em entrevista dada a uma rádio local, suscitaram interpretações diversas quanto ao trato das finanças do Grêmio Esportivo Brasil e a relação com seus credores. Algo que merece o devido esclarecimento, como forma de estabelecer com mais precisão a realidade sobre a postura adotada pelo Clube acerca de tais temas.
Como é de notório conhecimento, nos últimos anos o Grêmio Esportivo Brasil vem traçando um caminho de crescimento como instituição, e isso se dá pelas conquistas obtidas nas competições que o Clube vem disputando, cujo resultado se materializa ao encontrar-se atualmente num patamar jamais alcançado em seus mais de 107 anos de história.
Mas isso não se dá isoladamente e ao acaso. Concomitante, ao passo em que este crescimento se consolida, os desafios de sua gestão para mantê-lo em atividade concentram-se essencialmente sobre o equilíbrio necessário em equacionar receita e despesa.
Tal tarefa, todavia, mostra-se sacrificante para um clube de futebol do interior gaúcho com histórico de passivo significativo e expressivo no decorrer de vários anos, com destaque a dívidas acumuladas de natureza trabalhista, previdenciária, cíveis e fiscais, por exemplo, e ainda lidar com os encargos que envolvem a reconstrução de seu estádio e com os eventuais percalços comuns da atividade, cuja proporcionalidade se dá pela elevação das exigências que sua atual condição impõe.
Esse trabalho representa, portanto, um marco de transição na história administrativa do Clube, considerando que sua receita, invariavelmente é posta às vezes a atender simultaneamente frentes que a comprometem de maneira desproporcional, razão pela qual não raro o expediente da renegociação de prazos e valores é executado, entre outros recursos de gestão visando esse fim.
Mas tudo isso, diga-se, com respeito às leis, às instituições e ao fim de cumprir com seus compromissos com dignidade, para atender, sobretudo o propósito maior de sua existência; satisfazer os anseios de sua apaixonada torcida.