A história se repete

Por Carlos Insaurriaga

Em um passado distante, a raça Xavante atravessou as fronteiras do país. As cores do Clube do Povo marcaram os ares distantes da nossa Princesa do Sul. E não apenas dos nossos vizinhos Uruguai e Argentina. Fomos muito além. Na Excursão pelas Américas, em 1956, a delegação rubro-negra percorreu 9 países da América do Sul e Central, por 104 dias. Entre todas as nações latinas que o Brasil entrou em campo naquela histórica viagem, cinco têm um significado especial: Colômbia, Panamá, Costa Rica, Honduras e El Salvador estão situados no hemisfério norte, acima da Linha do Equador.

E hoje, nos tempos atuais, essa marca épica se repete. A garotada do Sub-17 Xavante vai enfrentar o São Raimundo, de Roraima, pela Copa do Brasil da categoria. A partida acontece no estádio Flamarion Vasconcelos, em Boa Vista, que é a única capital de um estado brasileiro localizada no hemisfério norte.

“A Copa do Brasil é uma competição muito importante no calendário do futebol brasileiro porque além da possibilidade de se enfrentar grande times e elevar o nível e a experiência dos garotos, dá a possibilidade de conhecermos outras culturas e agremiações, de diferentes regiões do país, como é o caso de estarmos em Boa Vista, Roraima, a única capital nacional no hemisfério norte. Na história Xavante, a gente acaba remetendo para aquele momento épico, que o Brasil viajou por diversos países da América do Sul e Central, então acabamos levando aos meninos essa memória e fazendo um paralelo com o que o clube já viveu e hoje estamos aqui representando essa grande camisa. Essa experiência vai ser muito importante na vida deles, não só esportiva, mas também pessoal. Estar entrando na história centenária do nosso clube, isso é o que eles precisam sentir e valorizar”, completou o coordenador das categorias de base, Fábio Borba.

Delegação Xavante em San José, Costa Rica
Delegação Xavante em San José, Costa Rica

Na Excursão pelas Américas, a delegação Xavante realizou 28 jogos, tendo 16 vitórias, 6 empates e apenas 6 derrotas. Equipes tradicionais do futebol latino como Olímpia, América de Cáli, Jorge Wilstermann e Libertad foram batidas pelo esquadrão vermelho e preto. Aquela epopeia marcou a vida centenária do nosso clube, fato lembrado e enaltecido por todos os torcedores do Brasil, aqueles que viveram a época, e também aqueles que herdaram essas glórias. O desejo de todos os rubro-negros é que a garotada, que irá defender esse escudo tradicional do futebol nacional, novamente além da Linha do Equador, marque também seus nomes na história Xavante.

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