Se olhar para as circunstâncias, valeu. Até os 36 minutos da etapa final, o Zequinha vencia por um a zero e as marteladas Xavantes não cravavam nada. Então o Gabriel Peres entrou, subiu e lustrou a bola com o moicano talhado em barbearia para o Helerson. Outra cabeça, a do comandante Jerson Testoni, também brilhou nesse lance. A chapada de canhota selou um empate justo, pelo que se viu no carpete da Zona Norte de Porto Alegre.
Porém… se levarmos em conta o samba, o churrasco, aquele nosso jeito de estar no mundo iluminando as imediações do Passo D’Areia, esse domingo merecia mais.
Não foi por falta de oportunidades. O Brasil jogou com apetite. Aos 20 segundos, já triangulava na área do São José, levantando grãos de borracha para tudo quanto é lado. Depois do gol na única chance deles no jogo inteiro, Marllon esteve em vias de empatar, batendo em cima do Fábio.
Vini Peixoto também teve suas chances. Cabeceou na pequena área e, já no segundo tempo, por duas vezes arrematou com perigo. A derrota seria um pecado para um time que não perdeu uma dividida sequer.
Ainda que esse texto encontre um certo azedume na alma de alguns, sentimento compreensível pela posição na tabela, convém observar o histórico recente. No Gauchão, o clube viu mais de uma vitória escapar em casa, doeu tanto, mas ao final estava classificado para a semifinal. Como disse o vice de futebol Arthur Lannes, esse ponto recuperado no fim da partida pode fazer a diferença mais adiante. Assim será.
Até porque ainda há mais 15 rodadas. A primeira delas é sábado, 19h, na Baixada, contra o Remo. Há duas formas de encarar essa realidade: 1) ficar em casa, praguejando ou 2) lotar o estádio para que a história comece a virar.
Se fosse fácil, não precisaria de gente como nós.